13/04/2018

Homem que fugiu após atropelamento em Artur Nogueira se apresenta à Delegacia

Versão da defesa pontua que condutor do veículo suspeitou de assalto e não teria parado para prestar socorro à vítima

Da redação

O condutor de um automóvel, envolvido no atropelamento que resultou na morte de Edson Bandeira Amorim, em uma rodovia de Artur Nogueira, se apresentou à Delegacia de Polícia Civil do município. Ele passou por uma oitiva na unidade policial na tarde desta quarta-feira (11) e, de acordo com o advogado de defesa do rapaz, o cliente não teria parado no local do acidente por receio de se tratar de uma tentativa de assalto.

O atropelamento aconteceu no início da madrugada do último domingo (8), na Rodovia Professor Zeferino (SP-332). Um Boletim de Ocorrência (B.O.) pontua que a vítima do atropelamento, de 28 anos, foi atendida por uma equipe de resgate da Concessionária Rota das Bandeiras, que atestou o óbito no local. Ele teria sido atingido por um veículo e sofrido fraturas múltiplas pelo corpo. A pessoa que dirigia o carro na ocasião, havia se evadido sem prestar auxílio ao rapaz.

Policiais rodoviários estiveram presentes na via e atenderam a ocorrência. Posteriormente, o veículo que atingiu a vítima no atropelamento foi identificado como um VW/Polo preto. O condutor do automóvel, um rapaz de 23 anos, esteve na Delegacia de Polícia Civil de Artur Nogueira nesta quarta-feira (11), depois de ser localizado por policiais da unidade. Ele prestou depoimento a respeito do ocorrido na presença de um advogado.

Defesa

Em contato com o advogado do envolvido no acidente, Dr. Matheus Oliveira, o Portal Nogueirense teve acesso à versão da defesa. Oliveira, que atua em um escritório em Campinas (SP), solicitou que a identidade do cliente fosse mantida em sigilo, em vista que ele está muito abalado devido ao que aconteceu.

De acordo com o advogado, o condutor do carro imaginou que o fato poderia se tratar de uma tentativa de assalto. “Ele [cliente] não parou porque não conseguia entender, naquele momento, se o local era seguro para parar o carro e prestar socorro. O movimento estranho da vítima com as mãos, simulava segurar uma arma ou estar em fuga”, explica. Além disso, a defesa acrescentou que ele e a parte envolvida no acidente estão à disposição da Justiça para colaborar na resolução do caso.

O relato do condutor, prestado na delegacia e registrado em um Termo de Declaração, pontua que, na ocasião do acidente, ele [condutor do carro] estava com uma amiga e dirigia pela faixa da esquerda, sentido Artur Nogueira/Cosmópolis (SP). Já a vítima do atropelamento estaria do lado direito da via e partindo em direção ao carro de forma suspeita. Assim, o condutor teria tentado desviar dele, mas não teve êxito e o atingiu. Ainda conforme o relato, o socorro teria sido omitido por dúvida do condutor de que a ação se tratasse de uma tentativa de assalto.

O rapaz envolvido no acidente continuou o trajeto à Cosmópolis (SP), município onde reside, tendo ciência da morte da vítima somente no dia seguinte, por meio de uma rede social. Já na quarta-feira (11), ele se apresentou com um advogado à Delegacia para prestar esclarecimentos sobre o fato. O automóvel dele foi retido na unidade policial e deverá passar por uma perícia no sábado (14). Um B.O. descreve que o veículo está com o licenciamento vencido e o o rapaz não é habilitado para dirigir.

Após a oitiva e um procedimento de apuração instaurado pelo Dr. Lúcio Antônio Petrocelli, delegado titular da Delegacia do município nogueirense, o rapaz foi liberado. Caso o condutor seja condenado judicialmente, ele poderá responder por ‘praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor’ (Art. 302 – CTB) e por ‘afastar-se do local do acidente para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída’ (Art. 305 – CTB).

Família da vítima

A mãe de Edson Bandeira Amorim também se pronunciou ao Portal Nogueirense. A dona de casa de 64 anos, que também não quis ter o nome revelado, acredita que o condutor do automóvel tenha, sim, parado após o atropelamento, mas não acionado o socorro e fugido do local.

“Nós, da família, estamos sofrendo muito. Eu até entenderia o lado do motorista, mas ao meu ver, ele deveria ter chamado uma ambulância. Meu filho teria chances de ter sobrevivido. Ao que indica, ele parou para recolher algumas peças do carro que, inclusive, eu vi guardadas dentro do carro, na Delegacia. Agora ele [condutor] está solto diante da omissão e, meu filho, faleceu”, lamenta a mãe de Edson.

Um registro policial indica que Edson possuía passagem policial pelo roubo de um aparelho celular mediante o uso de um simulacro de arma de fogo, ocorrido em Artur Nogueira, em novembro de 2015. Apesar do fato, a mãe dele afirma que o filho já teria cumprido a pena frente ao crime e, atualmente, trabalhava como ajudante de pedreiro. “Ele era um jovem problemático sim, também estava em depressão pela perda recente de um primo que faleceu. No dia do acidente, ele havia ido em uma festa e ingerido bebidas alcoólicas, o que pode ter tirado o reflexo dele ao atravessar a rodovia”, conclui a familiar.

Edson Bandeira Amorim era morador do Jardim São Vicente, em Artur Nogueira. O sepultamento do munícipe aconteceu na tarde de domingo (8), no Cemitério Municipal de Artur Nogueira.

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