27/09/2017

Incêndios atingiram mais de 80 hectares de área rural em Artur Nogueira

Números correspondem aos últimos cinco meses e não incluem as queimadas em canaviais

Da redação

A Assistência aos Idosos Desamparados de Artur Nogueira (Aidan) tomou um grande susto no final da tarde desta terça-feira (26). Um incêndio de grandes proporções ocorreu bem próximo à entidade, colocando em risco as pessoas atendidas no prédio da organização. A Defesa Civil do município se mobilizou rapidamente para conter as chamas, e não houve registro de feridos.

Esse, no entanto, não foi um caso isolado. Pelo menos outros três grandes incêndios foram registrados neste mês em Artur Nogueira, comprometendo muitas áreas de vegetação do município. De acordo com a Defesa Civil do município, mais de 80 hectares da área rural nogueirense foram atingidos por incêndios nos cinco meses anteriores.

Os números foram fornecidos pela própria Defesa Civil e não incluem as queimadas em canaviais, sejam de origem criminosa ou espontânea. Segundo o órgão, quase todos os casos registrados foram provocados por ações de seres humanos, gerando prejuízos à flora, à fauna e às propriedades rurais.

O relatório apresentado pela Defesa Civil por meio da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Artur Nogueira aponta que pelo menos 57 incêndios foram registrados pelo órgão entre abril e agosto de 2017. Destes, 49 atingiram áreas de vegetação do município e consumiram mais de 80 hectares, o que equivale a 800.000 metros quadrados.

O órgão destaca que sete áreas verdes e locais de preservação, inclusive com nascentes, foram afetados pelas chamas. “Aproximadamente 90% dos incêndios foram provocados pelo homem, sendo oriundos de descarte irregular de lixos e mobiliários em terrenos baldios ou áreas verdes”, afirma a Defesa Civil. “Os moradores colocam fogo como forma de eliminar o lixo e, em virtude do tempo seco e da vegetação seca ao redor, acabam perdendo controle das chamas”.

As margens de rodovias são os principais locais em que os incêndios ocorreram. Segundo o relatório, 47% das queimadas que ocorreram junto a vias de trânsito foram registradas na Rodovia Prof. Zeferino Vaz (SP-332), na altura dos bairros Sacilotto II e Coração Criança. Outros 27% tiveram registro à beira da SP-107, que liga Artur Nogueira a Holambra (SP). Já as estradas municipais que ligam a cidade à Mogi Mirim (SP), Limeira (SP) e Cosmópolis (SP) foram palco de, respectivamente, 7%, 6% e 13% dos casos.

A Defesa Civil comenta que a causa mais provável para esses incêndios próximos a rodovias e estradas seja o descarte de bitucas de cigarros. O órgão ressalta ainda que, além da queima da vegetação, os incêndios costumam danificar cercas e divisórias de terrenos. Isso sem mencionar os riscos à fauna local, às propriedades, como os imóveis, e à vida dos moradores.

Outros incêndios

Além do incêndio que ocorreu próximo à Aidan, outros três foram registrados em setembro. Um deles aconteceu às margens da SP-332 e colocou em risco residências e um posto de combustíveis. As chamas tiveram início no fim da tarde do dia 5, por volta das 17 horas, mas foram controladas pela Brigada de Incêndio do município. Ninguém ficou ferido e não há informações sobre as causas do fogo.

O segundo foi registrado sete dias depois em uma propriedade rural no Bairrinho, por volta do meio-dia. As chamas se espalharam rapidamente e atingiram pelo menos mais três propriedades. O calor e palhas secas pelo chão, unidos ao vento, contribuíram para que o fogo se alastrasse. Rapidamente, a Brigada de Incêndio do município se deslocou ao endereço e controlou as chamas. Cerca de 15 hectares foram atingidos pelo fogo.

Em menos de cinco dias, outro incêndio de grande proporção ocorreu. O incidente, que causou risco e prejuízos à moradores, espalhou chamas próximo à estrada que vai em direção à Torre da Rádio, após o Condomínio Boa Esperança, em Artur Nogueira. A Brigada de Incêndio do município se deslocou ao endereço a fim e conteve as chamas.

Estiagem

O tempo seco e sem chuvas – estiagem – facilitam o surgimento e a propagação de incêndios florestais, além de trazer riscos à saúde da população. A baixa taxa de umidade relativa do ar, inclusive, colocou Artur Nogueira em estado de atenção, que é declarado quando o índice fica abaixo dos 30%.

De acordo com uma nota divulgada pela Prefeitura de Artur Nogueira no começo do mês, entre os problemas decorrentes do tempo seco estão complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas; sangramento pelo nariz; ressecamento da pele; irritação dos olhos; eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos; e aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.

A nota também menciona cuidados a serem tomados nessas circunstâncias. Quando a umidade estiver entre 20% e 30% (estado de atenção), é importante evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc.; sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc.; e consumir água à vontade.

Quando a umidade estiver entre 12 e 20% (estado de alerta), observar as recomendações do estado de atenção; suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas; evitar aglomerações em ambientes fechados; usar soro fisiológico para olhos e narinas.

No estado de emergência, quando a umidade do ar fica abaixo de 12%, observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta; determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas, como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc.; determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas etc. entre 10 e 16 horas; durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais etc.

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