12/09/2017

Vereador de Artur Nogueira afirma sofrer pressão política do governo municipal

Ivan Vicensotti (PSDB) lamentou afirmações do vereador Professor Adalberto (PSDB)

Da redação

O vereador Professor Adalberto (PSDB) afirmou que está sofrendo pressão do Executivo municipal. Segundo ele, a Prefeitura de Artur Nogueira tem deixado de atender as indicações apresentadas por ele e, inclusive, já o pressionou a engavetar um Projeto de Lei (PL). As declarações foram feitas nesta segunda-feira (11) durante a sessão da Câmara Municipal.

No momento de fala livre dos parlamentares, Professor Adalberto (PSDB) usou o espaço para expressar sua insatisfação com o tratamento que tem recebido do governo municipal. “Eu fiz um compromisso com os eleitores, de que vou trabalhar com ética e responsabilidade. De que vou apresentar meus projetos e, se não for atendido, vou no plenário falar. E, como eu não tenho duas palavras, está aqui o meu posicionamento”, destacou.

Adalberto (PSDB) enfatizou que não votará a favor de qualquer projeto que não julgue ser bom para os nogueirenses. “Se o projeto for para o bem da população, vou sempre ser favorável. Se for ruim para o povo, votarei contra, mesmo que o Papa ou o presidente Michel Temer (PMDB) me peçam para votar a favor”, frisou.

Após a sessão, o vereador conversou com a imprensa e disse que o maior problema da política atual é a hipocrisia, que ele explicou ser agir com falsidade, com aparência de bem. “Por exemplo: verifique quantas indicações minhas foram executadas pelo governo. Pode verificar. Por que minhas indicações não são executadas? Por que não sou ouvido?”, contestou.

“O governo me considera oposição, me trata como oposição, mas, na verdade, fui eleito pela base e deveria estar trabalhando junto”, continuou. “Por que me consideram oposição? Por que eu voto contra o projeto que lhes é favorável, como o Carnaval e o Artur Nogueira Rodeo Festival? É um direito meu. O voto é meu.”

O psdbista reiterou que voltará a expressar sua insatisfação com o Executivo sempre que sentir que não está sendo atendido.

Ao ser questionado se estava sofrendo retaliação por parte do Executivo municipal, o parlamentar respondeu: “Acredito que, como diz o adágio popular, para bom entendedor, um pingo é letra”.

Prefeitura

Mediante nota enviada ao Portal Nogueirense, o prefeito Ivan Vicensotti (PSDB) lamentou o posicionamento do parlamentar Professor Adalberto (PSDB), mas afirmou que acredita que as afirmações fazem parte da consolidação da democracia. “Lamentamos tomar conhecimento das afirmações feitas pelo legislador em questão. A democracia é construída sobre uma base de diferentes ideias, essas opiniões distintas são importantes para o desenvolvimento de qualquer trabalho”, conta.

O chefe do Executivo nogueirense também salientou que colocou alguns dos secretários municipais à disposição do parlamentar e, além disso, comentou sobre as indicações feitas pelo mesmo. “O que nos causa estranheza é que nesta segunda-feira (11) disponibilizamos o secretário de Negócios Jurídicos e a secretária de Educação para conversar e esclarecer as dúvidas com o referido vereador”, destaca.

E acrescenta, “quanto às indicações feitas por nossos legisladores, é importante tornar público que a Prefeitura só conseguirá atender caso tenha os recursos disponíveis. A maioria das indicações requer dinheiro público e é de conhecimento de todos as dificuldades financeiras que todas as famílias brasileiras passam e não é diferente com a Prefeitura; estamos passando por um momento bastante delicado, inclusive publicamos um decreto de contenção de gastos na semana passada”.

Segundo o prefeito, há metas a serem cumpridas. “Estou atuando com os meus secretários para atender e esclarecer todo o trabalho que estamos realizando em nosso município, fazer mais com menos, este foi o pedido feito e que estamos levando ao pé da letra nos últimos dias”, disse.

Projeto arquivado

Durante a sessão, foi aprovado o pedido de Adalberto (PSDB) para a retirada do PL 034/2017, de autoria dele mesmo e do vereador Davi da Rádio (DEM). Ao comentar a decisão, ele afirmou que, dessa vez, o arquivamento do projeto foi de “livre e espontânea vontade” dele. “Ao contrário do projeto do brasão [PL 012/2017], que eu retirei por pressão”, emendou.

Comentando o assunto, o vereador disse que foi pressionado pelo Executivo a retirar o PL 012/2017 da pauta sob a alegação de que aquele não era o momento certo para o projeto. “Mas um projeto que traz economia para o município tem momento? Talvez não fosse o momento porque, sei lá, tirava o privilégio de alguém…”, sugeriu.

De acordo com ele, o projeto proibia o Executivo municipal de criar slogan para fazer propaganda de agente ou partido político. Apenas o brasão da cidade seria utilizado na divulgação dos trabalhos da prefeitura. “Assim, toda vez que a gestão municipal fosse alterada após uma eleição, não seria necessário mudar todas as fachadas dos prédios, os carros, materiais de trabalho – e que hoje são mudados”, comentou.

Assim, o parlamentar disse que pensa em resgatar o PL em algum momento oportuno.

A próxima sessão da Câmara acontece na segunda-feira (18), às 19h30, e é aberta à população.

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