06/07/2018

Caímos

Seleção perde para a Bélgica por 2×1 e está fora da Copa do Mundo

Michael Harteman

Caímos. É assim que funciona uma Copa do Mundo. Pra vencer, é preciso que muitas coisas deem certo. Só vai dar para uma seleção. Só uma vai cuidar dos mínimos detalhes, as outras 31, vão apenas aplaudir o campeão. A Seleção Brasileira fez o que deu para fazer. Há quatro anos atrás era comum encontrar pessoas dizendo que tudo estava acabado, que apenas faríamos figuração nas próximas edições da Copa do Mundo. O cenário pavoroso se confirmava com o caos da equipe de Dunga. Estávamos fadados à figuração.

O cenário de terra arrasada exigia uma mudança drástica da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Não aconteceu, trataram o 7×1 apenas como um acidente. Tite chegou com dois anos de atraso. Ao invés de quatro anos, teve dois para trabalhar. Parece muito. Não é. Nesse período fez o que deu. Arrumou uma cara para a seleção e fez com que acreditássemos que poderíamos ganhar a Copa da Rússia. No entanto, do outro lado também existe um trabalho, uma organização e um modelo bem definido de jogo. Sem contar que i time belga é recheado de grandes jogadores.

No texto anterior eu já havia afirmado que a Bélgica seria o maior desafio da seleção até aqui. Algo fácil de perceber para aqueles que acompanham o futebol, difícil para os torcedores de Copa do Mundo. Nas outras partidas, o Brasil sabia que precisava criar jogadas ofensivas e que não teria muitas dificuldades na parte defensiva. Contra a Bélgica o time parece não ter se atentado para a sua retaguarda. Sim, o time criou. Talvez foi o jogo que o Brasil tenha criado mais chances de gol. Lembra dos ‘detalhes’ início do texto? Então. A seleção não se atentou para a entrada de Kompany em um escanteio. A bola resvalada pelo zagueiro gerou o gol contra de Fernandinho. Detalhe ignorado, 1 a 0 no placar.

A seleção continuava atacando e criando algumas chances. Gabriel Jesus se esforçava, mas continuava perdido. Willian tentava, mas as jogadas não aconteciam. Perdendo, a seleção só pensava em uma coisa: empatar a partida. Pensou tanto se esqueceu da defesa. Num contra-ataque Lukaku fez o que quis, passou por Fernandinho com extrema faclidade, ninguém parou a jogada. De Bruyne recebeu com total liberdade para bater cruzado e aumentar o placar. Fim do primeiro tempo, 2 a 0.

Tite mexeu. Firmino entrou no lugar de Willian. Ao meu modo de ver, quem deveria sair no intervalo era Gabriel Jesus. A movimentação no setor ofensivo melhorou e algumas jogadas eram criadas. Mas o gol não saia. Com 13 minutos da etapa final, mais uma substituição. Agora sim, saia Gabriel Jesus para entrar Douglas Costa. O reserva entrou e chamou o jogo pelo lado direito. Neymar tentava pela esquerda e, pelo lado de campo, saiam as principais jogadas da seleção. Aos 28 minutos o comandante decidiu tirar Paulinho, improdutivo, para colocar Renato Augusto, buscando mais infiltração na área do adversário. Deu certo, Renato se infiltrou e recebeu um belo passe de Coutinho, meteu a cuca na bola e diminuiu o placar.

A partir daí foi pressão total. Renato Augusto ainda perderia uma chance clara de gol. Além dessa, Coutinho também teve a chance de empatar, mandou por cima. A Bélgica foi inteligente e gastava o tempo sempre que podia. Fim de jogo e sonho do hexa adiado por mais quatro anos.

A derrota foi de jogo. O placar poderia ter sido diferente se o Brasil sai na frente, se o gol contra não sai, se a bola de Renato Augusto entrasse na segunda tentativa, se Courtois não tivesse fechado o gol. Mas o ‘se’ não entra em campo. Assim é o futebol, assim é o esporte. O que se espera agora é a continuidade do trabalho que vem sendo realizado até aqui. Caso Tite não queira sair, é preciso que a CBF monte um bom planejamento. A geração é boa e há bastante tempo para chegarmos mais fortes em 2022.

Fim da linha para a seleção brasileira, fim da linha também para meus textos pós jogo. Pra você que acompanha apenas a seleção em época de copa, forte abraço, até o Qatar. Pra você que curte futebol, ainda tem história por vir nessa edição da Copa do Mundo. Abraço!

 


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