13/11/2018

Empreendedora de sucesso relembra sua trajetória no ramo do balé em Artur Nogueira

Camila Leoni conta sobre os desafios, as vitórias e o processo de criação da Ponta Meia Ponta, loja especializada em artigos de dança

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Plantado como uma sementinha na infância e cultivado durante anos na terra dos desejos, o sonho do balé alimentado por Camila Leoni finalmente desabrochou em solo fértil. Mãe e empreendedora de sucesso no ramo da dança, em Artur Nogueira, Camila percorreu uma longa estrada de dedicação, trabalho e estudo, até poder oferecer inúmeros itens para os amantes da arte e dos movimentos corporais.

Proprietária da Ponta Meia Ponta, loja especializada em artigos de dança, Camila discorre a respeito das vitórias, desafios e dos projetos tanto para a loja quanto para a carreira profissional.

Confira a entrevista na íntegra:

Como surgiu o interesse pelo balé?

O balé sempre foi um sonho de criança, que teve início aqui em Artur Nogueira/SP. Eu acompanhava minhas amigas, e observava o movimento da única escola de balé da cidade, mas não tive a feliz oportunidade de fazer as aulas. Ainda pequena, quando eu participava de festas a fantasia, não perdia a chance de me vestir de bailarina! Sempre me emocionei muito assistindo espetáculos, filmes ou ouvindo as músicas. O mundo relativo ao balé realmente mexe muito comigo.

Como se deu o primeiro contato de verdade com o balé e qual foi o sentimento?

Por meio da minha filha. Quando a Amanda nasceu, eu me realizei nela. Aos dois anos e oito meses, ela já estava em uma sala de balé, ainda bem que tinha habilidade e gostou, já está há quase 12 anos praticando. Sinto-me privilegiada por poder sempre acompanhar e curtir cada momento de sua trajetória. Hoje ela também se realiza dançando hip-hop.

Nós moramos em várias cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Franca e a primeira coisa que eu costumava resolver quando chegava em algum lugar novo era sobre a escola de balé. Foi assim também quando voltamos para Artur Nogueira. Dessa forma, o balé sempre fez parte de nossas vidas. No entanto, eu nunca tinha tido a oportunidade de realizar o MEU sonho. Quando chegamos a Campinas, a Amanda foi para a escola Karen Righetto Ballet (https://www.facebook.com/KarenRighettoBallet/) e lá eles abriram uma turma de balé iniciante para adultos, essa modalidade é uma adorável tendência, digo adorável, porque não há idade para o balé, qualquer tempo é tempo de ser feliz. Foi então que aos 36 anos eu tive a oportunidade de iniciar as aulas de balé e colocar a minha primeira sapatilha. O sentimento foi fantástico, inesquecível. Ali estava eu, feliz, emocionada, com o coração disparado e frio na barriga, ansiosa por aprender, ao mesmo tempo, vivendo uma sensação de enfrentamento, porque não é fácil, exige dedicação, esforço e muita paixão.

Quais diferenças você sentiu no corpo e na mente depois que começou a praticar o balé?

No corpo eu senti diferença na flexibilidade, alongamento, definição das linhas do corpo, músculos mais tonificados e muita mais disposição e bem estar. Ou seja, em questão de saúde foi um ganho. Já na mente, o balé me proporciona um momento de desconexão com o mundo exterior. É um momento de pensar e sentir meu próprio corpo, entender o movimento de cada músculo, de exercitar minha memória, respiração, acompanhar a música. É um encontro comigo mesma! Atualmente faço aula 3 vezes por semana, no Clube Floresta e no Centro Cultural Tom Jobim, já pratico há cinco anos, é um momento meu e não abro mão. Iniciei recentemente aulas de dança de salão.

Quando você começou a trabalhar nesse meio?

Sou formada em Publicidade e Propaganda e fiz pós-graduação em Marketing, tive a oportunidade de dar consultoria mercadológica para o segmento de balé em Campinas. Nesse período fiz pesquisas e estudos sobre esse nicho, dentro e fora da sala de aula. Foi possível então, levantar informações sobre o comportamento do consumidor de balé, entender as decisões e os valores determinantes na escolha da escola, do método ou de um simples collant ou sapatilha.

De que forma isso agregou valor para sua atual área de atuação?

A bagagem de conhecimento que adquiri me permite compreender as inúmeras expectativas, como as do aluno, da família, do professor, da escola e da comunidade, são muitos os sentimentos envolvidos e os interesses também são distintos. Somado a essa experiência profissional, o fato de eu participar do mundo do balé como mãe, ou seja, como tomadora de decisão e hoje também como bailarina, me garante algum domínio, experiência e vivência no segmento, isso me permite recomendar e disponibilizar o produto adequado diante da necessidade específica de cada cliente.

Como surgiu a oportunidade de criar a Ponta Meia Ponta?

Quando eu voltei a Artur Nogueira, depois de 15 anos distante, eu e minha filha nos perguntamos: onde iremos comprar nossos itens de balé? Sim, havia produtos no mercado local, mas estávamos acostumadas a um consumo de moda balé, presentes e acessórios para bailarinas, disponíveis em algumas das cidades que moramos. Foi nesse momento que reconheci esse nicho de mercado e compreendi que o investimento em artigos especializados para dança seria viável.

O que há de mais especial nesse momento que você está vivendo?

Viver com cada cliente momentos de verdadeira emoção. Amo participar do momento em que uma cliente chega à loja para comprar a primeira sapatilha de ponta, de ver a alegria da família ao ver sua pequena vestida de bailarina, vibrar com a conquista de um prêmio por uma escola ou aluno em competição de dança ou ginástica. É muito prazeroso participar da história de cada cliente e criar laços com eles. Sou muito mais que uma vendedora, costumo dizer que transcendo o comercial, há um vínculo de confiança, amizade e sentimento envolvido. Quando não estou no palco, estou na plateia, sempre aplaudindo, cheia de orgulho! Me sinto parte.

Como você vê a loja hoje e daqui a cinco anos?

O esforço e trabalho diário são para que a Ponta Meia Ponta torne-se referência na região, como loja especializada em artigos para dança. A loja vai completar dois anos em janeiro de 2019, já atende outras cidades como Holambra, Engenheiro Coelho, Cosmópolis, Paulínia e Santo Antônio de Posse. Recentemente houve mudança para endereço melhor localizado, com instalações mais amplas e aconchegantes na área central da cidade. O leque de produtos é cada vez maior. Hoje a loja oferece peças não somente para o balé, mas também para jazz, ginástica rítmica, euritmia, roupas, bolsas, bijuterias e presentes. Há opção de produtos básicos e também mais elaborados, de acordo com a recomendação das escolas e professores, bem como de acordo com as tendências de consumo, novas tecnologias e moda. Minha intenção é disponibilizar ainda mais variedades, para outros estilos de dança e atividades relacionadas ao movimento do corpo e da arte. Pensando nisso, estive em Julho no Festival de Dança de Joinville a fim de conhecer novos fornecedores, marcas e lançamentos de produtos.

Como é ser empreendedora e mãe e como você faz para conciliar essas questões?

Ser empreendedora e mãe ao mesmo tempo é um grande desafio para a mulher. Eu consegui abrir a Ponta Meia Ponta em um ambiente que me permite trabalhar e estar com meus filhos. Também estabeleci um horário e uma rotina que me permitem acompanhar e dar o suporte necessário a eles. Essa proximidade favorece o equilíbrio que julgo importante, para mim e para eles. Não é fácil, mas eu vejo como uma conquista, me sinto feliz por poder me realizar profissionalmente e estar próxima da minha família. Em contrapartida, sei que muitas mães trabalham em horário comercial, como meus horários são mais flexíveis eu me organizo para oferecer a elas um grande diferencial, o atendimento em horário especialmente agendado.

De que forma você acredita que o balé e capaz de influenciar o meio social?

A dança, a literatura, a música e o esporte, possuem um poder transformador muitíssimo positivo. Devem ser acessíveis e valorizadas em todas as formas de iniciativa. Em qualquer um desses ambientes, bem como no balé, é possível desenvolver características e virtudes necessárias ao convívio e desenvolvimento saudável da sociedade. Disciplina, respeito, valores, trabalho, dedicação, comprometimento, esforço, concentração, equipe, saúde, qualidade de vida, partilha, todos esses atributos são formadores de caráter e fornecidos naturalmente por qualquer uma das modalidades que eu citei anteriormente, por muitas outras, inclusive pelo balé. Todas são louváveis, merecem plataformas de incentivo e têm o meu apoio. Quero no próximo ano estudar sobre a História da Dança e também Marketing Cultural, para poder dar minha contribuição e agregar na questão da cultura local.

Qual recado você deixa para as pessoas que acham que são velhas demais ou não têm o corpo ideal para praticar dança?

Sempre é tempo! Eu tive a oportunidade de ver a minha filha pequena crescendo nesse ambiente e mais tarde eu me encontrei e me presenteei com essa oportunidade. Não existe idade limite e nem padrão de corpo para o prazer da dança, do convívio social, do bem estar e da felicidade. Você não precisa ser magra, ser nova ou bonita, na verdade a dança não exige nada disso, mas é bom reforçar que quanto mais você cuida do seu corpo, maiores os benefícios e melhor será o seu desempenho na dança. Não vou ignorar também, as características físicas necessárias a um bailarino profissional, mas meu objetivo não é esse, no entanto respeito, incentivo e admiro muito quem esteja nesse caminho. Já vi histórias lindíssimas de pessoas dançando com próteses, de idosos que dançaram pela primeira vez aos 70 anos, de pessoas acima do peso girando piruetas perfeitas. Então seja jovem ou adulto, qualquer momento é o tempo de se permitir esse prazer. Dançar é vida, é energia e todos têm direito a isso.


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