16/04/2018

Empresário revela como construiu uma das maiores empresas de Artur Nogueira

Adriano Marson possui seis lojas na região e deve inaugurar mais quatro neste ano

Da redação

Influenciado pelo pai, Adriano Marson entrou no ramo da construção e acabou se descobrindo como empresário do segmento. Construiu a primeira loja Marson Casa & Construção em 2005, na cidade de Cosmópolis (SP) e inaugurou há pouco menos de um mês a sexta unidade da empresa, dessa vez em Engenheiro Coelho, prova da expansão e do crescimento da empresa na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Há 13 anos à frente do empreendimento, Marson acredita que ainda há muito o que caminhar para que e empresa cresça, e se demonstra inquieto com a velocidade com que as mudanças ocorrem tanto no mercado da construção quanto em outros segmentos. Ele diz prezar pela comodidade e conforto dos clientes, iniciando investimentos no comércio digital além de vários outros projetos em andamento.

Como gestor, Marson possui uma mente empreendedora e trabalha para que seus colaboradores tenham a possibilidade de estabelecer um plano de carreira dentro da empresa. Além disso, atua em projetos e campanhas que promovem o bem-estar das comunidades locais.

Confira a entrevista completa:  

Você sempre trabalhou no segmento de construção? Meu pai trabalhava com material básico em Cosmópolis/SP desde 1975, e eu acabei entrando para o mesmo ramo de trabalho que ele. Trabalhei até 2000 em uma indústria farmacêutica, até que em 2005, alguns anos após o falecimento do meu pai, e com o crescimento do país, surgiu a oportunidade abrir um negócio na cidade. No início, o local era de 200m² e trabalhávamos somente com alguns itens, mas fomos evoluindo e em 2011 abrimos a segunda unidade em Sumaré/SP, a loja que começou pequena hoje tem 5 mil².

Quantas unidades você possui atualmente? Atualmente, nós temos seis unidades espalhadas pela Região Metropolitana de Campinas (RMC), nas cidades de Cosmópolis/SP, Artur Nogueira/SP, Conchal/SP, Sumaré/SP, Hortolândia/SP e a recém-inaugurada unidade de Engenheiro Coelho. Já estamos caminhando e trabalhando para a sétima unidade e temos a pretensão de fechar 2018 com 10 unidades.

Você diz ter uma proposta de negócio onde seus colaboradores também podem lucrar. Como que isso funciona? A nossa proposta de negócio hoje é um pouco diferente da forma como as empresas tradicionais fazem atualmente. A partir do ano que vem, eu quero passar a franquear meus colaboradores, ou seja, proporcionar a eles um plano de carreira. De que forma? Já que eu não consigo dar altos salários, quero oferecer a oportunidade ao funcionário de entrar como vendedor, ajudante ou faxineiro e sair como proprietário da loja. Já implantamos esse modelo na unidade de Hortolândia/SP há um mês.

Quais critérios você utiliza na hora de escolher um local para fundar uma loja da empresa?Quando vamos implantar uma unidade em alguma cidade, eu sempre visualizo o comércio daquele local. De certa forma, eu até prefiro que o comércio não seja tão desenvolvido, porque aí temos a oportunidade de melhorar o local. Não penso em trazer somente meia dúzia de empregos, por que se formos parar para pensar, o que isso vai mudar na vida das pessoas da comunidade local? Beneficia muito pouco. Mas quando você chega com uma opção diferente de comércio, o comercio local começa a pensar diferente e consequentemente você gera um crescimento e desenvolvimento em todo o entorno. Desta forma, o comércio se fortalece e com isso vem a empregabilidade. Eu acredito que só não se prestigia o comércio local quando não há o que consumir nesse comércio. A nossa visão para as cidades de Engenheiro Coelho, Artur Nogueira/SP e as demais é fortalecer o comércio.


“Nossa missão é melhorar o entorno de onde estamos” 


Houve casos em que a empresa de vocês implicou diretamente na ação dos concorrentes? Em 2005, eu abri a loja de Cosmópolis/SP e nosso diferencial foram duas vitrines que colocamos lá, enquanto o comércio usava porta de aço.  As pessoas comentavam que se a gente colocasse vidro os ladrões iriam lá e estourariam a loja para entrar, mas quando a gente colocou, isso foi um grande diferencial, e vários comércios locais começaram a fazer isso também. Outro detalhe também é que nenhuma loja abria no domingo, e a gente abre. Eu penso o seguinte: a gente precisa estar aberto no momento em nosso consumidor pode ir, enquanto nós vemos estabelecimentos hoje ainda que têm o hábito de fechar durante o almoço. Em Campinas/SP, por exemplo, os locais trabalham 24hs por dia, e eu preciso pensar no consumidor de uma forma geral.

Qual o maior desafio enfrentado durante esses 13 anos à frente do grupo  Adriano Marson Casa & Construção? Um problema que vem se agravando é a mão de obra. Por isso, volto a pensar na questão da franquia e no desenvolvimento das pessoas. Eu acredito que este é o maior desafio. Você pode conseguir parceria com os fornecedores, levantar dinheiro em banco e vários recursos para sua empresa para fazer as coisas de uma forma diferente; mas além disso é preciso saber conduzir as pessoas, vender suas ideias, fazem com que elas vejam aquilo que você está vendo e sonhar com o que você sonha. Principalmente, quando você vê as pessoas se desenvolvendo, mas não consegue segurá-las no comércio por conta de uma proposta da indústria.

Como você analisa o mercado e a mão-de-obra na região? Eu entendo Artur Nogueira/SP e as cidades da região como cidades agradáveis para trabalhar, tanto na questão da mão de obra quando em relação aos clientes. O colaborador precisa entender a filosofia da empresa, por isso realizamos treinamentos e contamos com a ajuda dos fornecedores para treinar os vendedores em relação aos produtos. Mas não basta conhecer os produtos, hoje qualquer pessoa com iniciativa acessa o google e descobre na hora, por isso, o nosso treinamento é fazer com que a pessoa entenda a filosofia do trabalho, qual nossa missão no ponto de venda. O bom atendimento vai muito além de conhecer o produto.


“O bom atendimento vai muito além de conhecer o produto”


Qual a relevância das parcerias no desenvolvimento do seu negócio? As parcerias são  importantíssimas e não podem ser tratadas como algo descartável. Hoje nós temos 10 fornecedores que não abrimos mão, e quando surge alguma situação inesperada, nós sentamos, conversamos e resolvemos com eles. Existem determinados comércios, por exemplo, que preferem trabalhar com três ou quatro marcas para não ficar na mão de um fornecedor, já eu prefiro fortalecer minhas parcerias, então eu vejo qual o produto que cai mais no agrado do consumidor. É lógico que você não vai conseguir agradar todo mundo, mas foco nesse fornecedor em si e faço esse repasse na hora de fazer uma abertura de loja ou ação de marketing.

Você acredita que o ramo da construção sofreu muitas mudanças desde que você começou a trabalhar na área? Sofreu bastante, não tanto quanto os outros ramos. Eu vejo que o material de construção às vezes é que nem o supermercado antigo. Sabe aquela mercearia onde tinha o balcão e o dono da venda ficava do outro lado, e o consumidor chegava, parava e dizia: ‘me dá isso e aquilo’? Se você for verificar, ainda existem várias lojas de construção nesses moldes, e se você for falar de supermercado, não existe mais nenhum nesse molde, então o material de construção vem evoluindo, porém, de uma maneira muito lenta, e o caminho a percorrer é  muito grande. Eu entendo hoje quem está mais dentro da modernidade são os homecenters, que na maior parte são multinacionais que trazem ideias do mercado lá de fora, como por exemplo Leroy Merlin. As inovações estão ali, atender em massa, e eu acredito que as pessoas buscam comodidade, por isso volto a dizer sobre a importância do comércio digital, afinal a pessoa não quer sair da casa ou ficar rodando 30 e 40 km para encontrar algo.

Quais projetos que a empresa possui a curto e longo prazo? Temos mais de dois projetos para esse ano, e eu acho que o empreendedorismo vai mudar o mercado. Além de instalar mais quatro empresas, pensamos em criar e desenvolver uma marca própria na questão de tinta e argamassa, pensamos em importação de produtos, para distribuir aos nossos franqueados. Temos um projeto já implantado em desenvolvimento chamado compra programada. Como funciona? A pessoa faz adesão de uma carta de crédito, e essa carga de crédito pode ser utilizada em nossas lojas. O pagamento pode ser feito em até 30, 40 ou 50 vezes, mediante a antecipação de algumas parcelas, desta forma, o cliente já tem o crédito liberado na loja de preferência e pode comprar o que quiser.

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